Foi um uma tarde muito agradável, na qual Paulo compartilhou com o grupo as suas informações históricas: a importância que teve sua esposa Amélie Gabrielle Boudet na codificação da Doutrina Espírita; locais onde Kardec nasceu, viveu e estudou; como conheceu e estudou os eventos das mesas girantes; como foi o seu primeiro contato com o espiritismo, entre outras.
Foi disponibilizada a tradução parcial do prefácio de Anna Backwell, contido na primeira versão para o inglês de O Livro dos Espíritos. Para ler, clique aqui.
Paulo nos forneceu também uma lista com biografias de Allan Kardec, de diversos autores. Transcrevemo-la abaixo:
"Anna Blackwell – tradutora e amiga do casal Allan Kardec, participou de diversas reuniões na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. Em 1861, escreveu uma pequena biografia sobre o Codificador, contida no prefácio da primeiríssima tradução para o inglês de O Livro dos Espíritos, tradução esta feita por ela mesma. Trata-se do texto distribuído na reunião que tivemos.
Maurice Lachatre – em 1866, publicou o Novo Dicionário Universal (recentemente traduzido para o português pela editora Lachatre). Trata-se da primeira enciclopédia com verbetes espíritas, trazendo também uma biografia de Allan Kardec. O mencionado autor era francês, amigo de Allan Kardec e também seu livreiro.
Henri Sausse – em 1909, publicou a obra intitulada “Biografia de Allan Kardec”, prefaciada por Léon Denis. O mencionado biógrafo era francês e contemporâneo de Allan Kardec, porém não chegou a conhecê-lo pessoalmente.
André Moreil* – em 1961, publicou seu livro “Vida e Obra de Allan Kardec”. Este autor era francês. Em 1986, sua obra foi traduzida para o português por Miguel Maillet, com introdução de Herculano Pires.
Zêus Wantuil e Francisco Thiesen – em 1979, essa dupla de brasileiros escreveu uma extensa biografia em três volumes, intitulada simplesmente “Allan Kardec”.
Marcel Souto Maior – em 2013, este escritor brasileiro publicou a obra intitulada “Kardec, a biografia”.
Poderíamos também considerar, como espécie de mini-biografia, as previsões da quiromante Sra. Cardonne, contidas em Obras Póstumas, 2ª Parte (A tiara espiritual).
Além disso, se quisermos, podemos considerar a obra de Allan Kardec como sua autobiografia, pois ali vamos encontrar o Codificador em sua essência, a exemplo do perfil que traçou do homem de bem, que é o seu próprio retrato falado. Em especial, podemos encontrá-lo na Revista Espírita, de acordo com a seguinte observação feita por Henri Sausse: "nos exemplares da RE de 1858 a 1869, sente-se vibrar a alma do autor. E, numa clara irradiação, Allan Kardec se mostra como sempre foi: bom, generoso, gentil com todos, até com seus inimigos” (vide apresentação de sua obra biográfica).
Gostaria de aproveitar esta oportunidade para esclarecer que, no tocante ao Sr. M... (vide Obras Póstumas, 1ª Parte: “Primeira revelação da minha missão), não existem afirmações na literatura espírita de que o misterioso participante da sessão mediúnica, ocorrida em 30/04/1856 (na casa do Sr. Roustan), tenha sido Karl Max. Trata-se de mera suposição lógica, com base nos próprios fatos narrados no citado texto de Obras Póstumas."
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* André Moreil contestou a afirmativa de seu antecessor, Henri Sausse, quando este disse, em 1909, que Allan Kardec era médico. De fato, não se tem provas de que Allan Kardec tenha sido médico, conforme assim também entendem Zeus Wantuil e Francisco Thiesen. Esta dupla de brasileiros, no entanto, asseverou que “Allan Kardec veio a ser um dos maiores médicos de almas”. Ou seja, ainda que não tenha sido médico, deixou-nos uma eficiente receita médica para a cura de nossas chagas morais, que é a Doutrina Espírita.
Abraços fraternos,
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